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Monday, March 05, 2012

Ela faz cinema


Sobre, novela, cinema e um pouco de BBB
Um personagem. Foi assim que me definiram outro dia. “Não me leve a mal, mas me parece que você é um personagem e gosta disso, mas é divertido”. Na hora eu ri, e não me dei conta de quão grave essa afirmação era. E na verdade foi feita exatamente por eu ser sincera e falar o que eu penso e quando me vem a cabeça. Ou seja, eu sou, dentro de todos os limites, uma personagem real. Uma certa contradição é bem verdade.
Sou uma personagem porque ao contrário da maioria das pessoas tenho essa mania besta de falar sem pensar, de ser irônica boa parte do tempo, de fazer resenha de mim mesma, de ter tiradas engraçadinhas e principalmente de discordar de quem ninguém ousa discordar quando ninguém nem pensa em expressar sua falta de contentamento. É isso. Sou uma personagem por falar a verdade descontroladamente. De não gostar de injustiças e de sim, me justificar SEMPRE que eu ache que cabe ali uma justificativa, porque afinal, sou uma personagem e não um bode expiatório.E de vez em quando eu penso que pareço uma personagem por usar roupas confortáveis, passar dois meses sem fazer a sombrancelha e ter um relógio de florzinha. Mas que mal tem nisso? Como é que as pessoas me enxergam afinal?
Sou uma personagem por agir com a razão e com a lógica a maior parte do tempo, ou seja, naquele tempo em que está todo mundo fingindo ser o que não é. E sou uma personagem por agir com a emoção e irracionalmente cada vez que eu sou levada a isso. E sim, eu sou facilmente levada pela emoção.
Sinto-me sim uma personagem. Mas uma personagem escrita por um bom escritor. Um escritor que tem senso e noção de época, que sabe emocionar as pessoas, que sabe divertir as pessoas que cria personagem cíclicos, com seus momentos de mocinho e vilão. E morando no Pontal eu até poderia deixar o Manoel Carlos ser o meu escritor favorito. Mas acho que gosto mais dos personagens de Neil Gaiman, sim, porque minha vida anda mais  e bem mais pra HQ de terror que novela das 20h.
Talvez eu seja uma personagem no sentido do entreter, do causar impacto. Mas essa sou eu. O tempo todo e apesar disso parecer texto de reality show, eu não finjo ser quem eu não sou, Bial. Aqui dentro ou lá fora, quem me conhece de verdade sabe. 

"Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama"

2 comments:

Antônio LaCarne said...

lindo o teu texto sobre como às vezes agimos, ou pensam que somos personagens. creio que muitas vezes atuar num papel é válido, o lance é saber dosar, como tudo na vida.

abração :)

Lost Samurai said...

Adoro Gaiman... Mas adoro mais você... E todos esses personagens interpretados e vividos com tanta propriedade... Tão reais...