Sobre, novela, cinema e um pouco
de BBB
Um personagem. Foi assim que me
definiram outro dia. “Não me leve a mal, mas me parece que você é um personagem
e gosta disso, mas é divertido”. Na hora eu ri, e não me dei conta de quão
grave essa afirmação era. E na verdade foi feita exatamente por eu ser sincera
e falar o que eu penso e quando me vem a cabeça. Ou seja, eu sou, dentro de
todos os limites, uma personagem real. Uma certa contradição é bem verdade.
Sou uma personagem porque ao
contrário da maioria das pessoas tenho essa mania besta de falar sem pensar, de
ser irônica boa parte do tempo, de fazer resenha de mim mesma, de ter tiradas
engraçadinhas e principalmente de discordar de quem ninguém ousa discordar
quando ninguém nem pensa em expressar sua falta de contentamento. É isso. Sou
uma personagem por falar a verdade descontroladamente. De não gostar de
injustiças e de sim, me justificar SEMPRE que eu ache que cabe ali uma
justificativa, porque afinal, sou uma personagem e não um bode expiatório.E de vez em quando eu penso que pareço uma personagem por usar roupas confortáveis, passar dois meses sem fazer a sombrancelha e ter um relógio de florzinha. Mas que mal tem nisso? Como é que as pessoas me enxergam afinal?
Sou uma personagem por agir com a
razão e com a lógica a maior parte do tempo, ou seja, naquele tempo em que está
todo mundo fingindo ser o que não é. E sou uma personagem por agir com a emoção
e irracionalmente cada vez que eu sou levada a isso. E sim, eu sou facilmente
levada pela emoção.
Sinto-me sim uma personagem. Mas
uma personagem escrita por um bom escritor. Um escritor que tem senso e noção
de época, que sabe emocionar as pessoas, que sabe divertir as pessoas que cria
personagem cíclicos, com seus momentos de mocinho e vilão. E morando no Pontal
eu até poderia deixar o Manoel Carlos ser o meu escritor favorito. Mas acho que
gosto mais dos personagens de Neil Gaiman, sim, porque minha vida anda
mais e bem mais pra HQ de terror que
novela das 20h.
Talvez eu seja uma personagem no
sentido do entreter, do causar impacto. Mas essa sou eu. O tempo todo e apesar
disso parecer texto de reality show, eu não finjo ser quem eu não sou, Bial.
Aqui dentro ou lá fora, quem me conhece de verdade sabe.
"Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama"
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama"
2 comments:
lindo o teu texto sobre como às vezes agimos, ou pensam que somos personagens. creio que muitas vezes atuar num papel é válido, o lance é saber dosar, como tudo na vida.
abração :)
Adoro Gaiman... Mas adoro mais você... E todos esses personagens interpretados e vividos com tanta propriedade... Tão reais...
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