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Wednesday, January 09, 2013


Primeiro li um livo com uma narrativa estranha sobre uma especialista em ofídios que matava o marido com a ajuda de um amante. Emocionante. Até o final. Uma porcaria. Decepcionante. No dia seguinte, virei a noite e terminei de ler um livro para adolescentes definitivamente lindo. E triste. Menina com câncer terminal se apaixona. Bem humorado demais para o tema, mas ao mesmo tempo, ao tempo em que se simpatiza com os personagens à beira da morte, e até ri de suas piadas as lágrimas saltam quase que involuntariamente pelos olhos. Estranho. Minhas lágrimas tem saltado com certa frequência.
Os dois livros, lidos em menos de 48h, pareciam de certa forma comigo. Não que eu goste de ofídios ou tenha um amante. Nem que eu tenha câncer e vontade de conhecer Amsterdã. A onda é que me perguntei, porque sempre que estou bem, fico mal? Digo, aparentemente voluntariamente eu me auto saboto. E auto sabotagem é foda. Clichês, tão clichês quanto os finais dos dois livros: “pare de se cobrar tanto”. Como não me cobrar? Passei a vida fazendo isso. Se eu não me cobrar quem me cobrará, afinal?
Faria mais uma lista de resmungos e lamentos, mas prometi que passarei a usar maquiagem diariamente. Um jeito de parecer mais firme. E de esconder as coisas que sinto. Como a esposa que mata o marido envenenando-o aos poucos. E o namorado da menina com câncer que também tem câncer mas não que magoá-la. 

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