Educação Sentimental

Cabou a semana. Vai começar tudo de novo. Casinha, acordar cedo, escritório agitado, textos, ler, escrever, escrever, escrever, ler, mandar e receber e-mails, ter ideias, comer, comer, trocar mensagens num aplicativo qualquer. As vezes parece rotina, às vezes é confortável. Eu gosto disso. Eu tenho gostado de tantas coisas. E dá medo de que tudo mude de novo, como sempre muda bruscamente. Brutalmente. Não quero. Quero manter os planos que tanto evitei fazer. Quero continuar escrevendo compulsivamente sobre sustentabilidade. Quero todo dia.
Quero poder acreditar de novo nas pessoas. Como Vini um dia me disse. "Não deixe de acreditar". Eu prometi que seria tudo diferente. E é. Aprendi que só dá pra estar do lado de alguém se alguém quiser estar. Aprendi que não adianta ficar com o estômago revirando só imaginando o que está acontecendo, desejando ser onipresente. Não, não adianta desespero quando parece que vai tudo desmoronar de novo. Não. Nem fazer greve adianta. As coisas são como são e mudam o tempo todo. Mesmo que a gente não queira. Mesmo que a gente queira que seja pra sempre calmo e cômodo. O segredo é só tirar proveito.

"Eu sei a hora do mundo inteiro
Mas não sei quando parar
É tanto medo de sofrimento
Que eu sofro só de pensar"