Eu tenho medo de coisas tão simples, como mudar o corte do meu cabelo. E quando eu terminei o namoro eu achei que eu não ia saber o que fazer da vida, e até isso mudou. Quando eu aceitei o emprego em Ilhéus eu também não fazia idéia de como ia ser e tive que me acostumar com a ponte engarrafada, e tive que aprender a lidar com os humores alterados de uma agência inteira, e vejam, eu consegui.
Agora vou ter que mudar de novo. Mais uma mudança. Mais uma vez todo o perrengue da aceitação. Mais uma vez, e por mais que eu saiba que lá na hora eu vou tirar de letra com meu magnétismo pessoal, meu estômago não para de embrulhar.
Do que eu tenho medo? De tanta coisa. De cachorro grande, de relâmpago, de ficar só em dia de chuva, de morrer em casa e só acharem meu corpo cinco dias depois, de bichos que voam e de bichos que pulam. Medo de não dar certo. Eu tenho medo de ter que começar. Eu não gosto de começar. Eu não gosto do zero.
"Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá
Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá"
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá"
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