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Sunday, July 08, 2012

Festa e Solidão

Sobre todas as coisas,e mais alguns detalhes da agitada vida de uma recém solteira.

Que fique claro: nada mudou, apesar de parecer tudo tão diferente. Continuo no famoso espírito da bicicleta (se parar eu caio). Saio, bebo, danço, conheço pessoas, tenho ressaca moral no dia seguinte. Trabalho compulsivamente, visto a camisa da empresa em nome de minha saúde mental, apesar de todo o stress e eventuais insônias em véspera de instalação de placas.
Dou espaço para que outras pessoas se aproximem, sim, tenho dado espaço. Tenho conhecido gente boa. Tenho re-conhecido gente que sempre foi e sempre será. Sinto saudades de um monte de coisa, claro. Sinto saudades de 2007. E de 2008 a 2011. Mas saudade é bom, né? Faz a gente querer repetir a dose.
E por falar em dose... Tequila dobrada no Galpão é sempre um bom remédio. Micaretar.
A angústia de ver amigos casando e tendo filhos e obviamente crescendo, por instantes é deixada de lado.
Vou bem. Nada mudou. Mas tá bem diferente. Larguei de mão quem ainda me olha torto. Ora, que se danem os normais! Ninguém tem idéia de todas as coisas que já vivi. Não, não foram poucas para meu coração torto e ansioso. Não, não. Larguei de mão quem acha que pode me dizer se sou equilibrada ou se tenho ou não motivos pra ficar triste. Que se fodam, os normais. Os felizes. Os imbecis das valiosas lições de moral. Como diria meu samurai preferido: "sim! enfiem seus dedos nos cuzes e rasguem!"
Tenho feito descobertas. Tenho aprendido a dizer não, quem diria... Dizer não. Entender que um buraco não pode ser tapado com alguma coisa que quando vai embora vai deixar um furo ainda maior. Deixa a terra encher até a tampa, depois a gente tenta plantar outra coisinha. As vezes parece que a ferida fechou, as vezes parece que sangra. Um dia passa. Ai a gente vai lá e se machuca de novo. Enquanto isso, o espaço para aproximação pára no bom conhecimento, pra não criar apego. Sabe como é, né?
Até tentei, mas não consegui desistir das pessoas. Nessa nova vida, nesses novos hábitos, são as pessoas, e não um monte de remédios, livros e séries que tem me curado.
Me sinto tão maior. Tão menos frágil, e tão mais segura. Ora, quem diria que eu ia sobreviver. Eu não diria. Quem diria que eu iria resistir. Eu também não diria. E eis que cá estou. Um salve a quem sempre acreditou.

"Olho abrindo, quarto escuro, o sol, luz na fresta
Um sorriso dossamargo, os flashes na testa
Fogos, vivas, peito cheio de estrelas, lembranças
No abraço vigoroso - solidão, amor e festa"

1 comment:

Heron Xavier said...

Interessante post Érika. E é isto aí, acredito que esteja passando pelo processo real da maturidade.

:) Boa semana e ótimas festas hehehe como pouca solidão!