Conversa de botas batidas

*Suspiro*
Veja você onde é que o barco foi desaguar. Não. Eu não vou falar sobre "bla bla bla meu namorado". Aliás, os diabéticos que andem perdoando ai a minha total sensibilidade e tudo o mais. Mas hoje, extraodináriamente não é sobre os meus relacionamentos amorosos que vou escrever. Na verdade, esse blog sempre foi usado, no final das contas, pra resmungar. E é pra isso que ele está vivo até hoje.
O fato é que se em um campo minha vida está linda  e florida, no outro tá tudo uma merda. Sério. Assim, sem meias palavras. Ganho pouco, e não tenho perspectiva de evolução no meu estágio. Não aprendo nada, a não ser a passar raiva e engolir sapo. E quem diria, quando comecei lá eu achava que ia ser lindo e mágico. Continuo gostando de escrever, e de alguns colegas de trabalho. Mas de resto, se eu pudesse jogar uma bomba naquela redação e sair correndo gritando "Olha a barata, pega o chinelo e mata" eu o faria.
Na produtora vai tudo muito bem até certo ponto. O pessoal de lá é extremamente receptivo, eu me divirto, e ao contrário do jornal, lá rola uma chance de evolução e panz, que adivinhem, só dependem de mim. O problema é que eu sou uma porta. Que não consegue aprender, que é muito boa na teoria, mas na prática só faz merda. E sabe o que é pior. Nem pra colar imagens eu tenho talento.
E em casa... Ahh... em casa. Eu passo o dia fora. De manhã na rua, de tarde na produtora. No intervalo do almoço tudo que eu consigo em casa é comer e rezar pra não ter uma indigestão com os resmungos de minha avó que agora resolveu que todas as mazelas do mundo são culpa minha, e que só fica feliz quando vê o saldo bancário dela em positivo.  A noite eu me reservo o direito de me enfurnar no quarto e só sair pra ir beber água, ir ao banheiro e escovar os dentes antes de dormir. Porque né? Convivência é uma arte.
Isso sem contar os fatores externos. Tenho um TCC pra fazer. Estou completamente atrasada nele. E sim, a culpa é toda minha mesmo. O problema é que quando eu finalmente consigo escrever o maldito roteiro fico sabendo que o estúdio (mais que necessário para a realização do projeto) está em reforma. E tem mais. Por falar em conclusão de curso, vocês não imaginam como é maravilhosa a sensação de estar se formando sem ter a menor esperança de conseguir um emprego imediatamente. E claro, de ter um batalhão de gente da família super na espreita do seu sucesso. Fora que é master divertido ouvir também "Estou doida que você se forme logo e ganhe sua carta de alforria". Sim, eu também estou doida pra deixar de ser sustentada por todo mundo, e ficar rica e poderosa. O problema é que eu já estou me cobrando o suficiente. Não preciso de mais ninguém fazendo isso por mim.
Ah, isso pra não comentar sobre o último final de semana em que me vi completamente só, depois de quase sair de casa, louca e alucinada por mais um conflito imbecil. E sabe o que mais? Com tudo isso pesando sobre minhas costas, eu não vou mesmo falar sobre as poucas coisas boas que têm me acontecido.

"Vão dizer que a vida é passageira

Sem notar que a nossa estrela vai cair" 

ERIKA COTRIM, RESIGNIFICANDO MÚSICAS DESDE 1978

ps.: xuxu, muito obrigada pelo abrigo, carinho e cachorro quente.