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Wednesday, July 08, 2009

Eu confesso.

Eu tenho que contar uma história... Na verdade eu tenho que confessar algumas coisas. Ando nessa vibe de confessar ultimamente. Não, não vou enrolar. Eu escrevia poemas. Chocados? Sim, sim..eu escrevia poemas. Não tinha (e não tenho ainda) a menor noção de métrica. Mas escrevia. Com rimas, sem rimas...saia escrevendo. Um dia alguém deve ter me explicado alguma coisa sobre bons poemas e eu parei de escrever. Perdi o jeito, deixei de lado, não consigo mais pensar em um poema. Hoje, só consigo pensar nesses meus textos escritos assim, aos atropelos, sem regras, sem nada ... Os textos livres, como me disse alguém a um tempo que me parece tão distante hoje.
O fato, ou o problema, não sei, é que eu queria muito poder escrever um poema, ao invés de um texto assim: frio, corrido, sem charme, sem palavras bonitas. Queria poder escrever um poema dizendo a verdade sobre cada um dos meus medos. Sobre cada um dos meus erros, das coisas bobas que já fiz pra proteger as pessoas, pra me proteger. Um poema pra celebrar a minha burrice e ao mesmo tempo minha sensibilidade pra saber o que me faz falta sem esquecer o que me faz bem... Um poema...um único poema que coubesse tudo que eu sinto, cada pontinha de dor que eu sinto quando penso em falhas. Quando eu penso que falharam comigo ao me dar o amor que podem dar, e não o que eu mereço... Um poema que fosse suficientemente bom pra explicar o quanto eu estou feliz hoje, agora, vendo fotos de por do sol. E o quanto eu, apesar disso, tenho cicatrizes por conta de negligência. Um poema. Um só poema , capaz de dizer que apesar de tudo( aniversários esquecidos, viagens canceladas, 3 meses sem noticias) eu estou viva. E Freud explicaria o porque.


ps.: Era pra ser um poema de amor, mas acabou virando um texto chato sobre estrutura familiar moderna.

6 comments:

Encosto de Bette Davis: said...

Amiga deixe os poemas pras pessoas com talento pra escrever poemas, já te passou pela cabeça que elas têm dificuldade de fazer um texto corrido, sem regras e em primeira pessoa? Deixa os poemas para os que têm talentos pros poemas, pois amada, nós, pequenas princesinhas de Jesus temos o dom de escrever em prosa e escrever muita prosa, e amadinha te digo com toda certeza, o nosso jeitinho de escrever é um charme.

July said...

Mas espontâneos assim né?! Textos corridos cheios de sentimento, às vezes com certa melancolia e muitos deles com alegrias disfarçadas.
Quando comecei a ler este blog ele ainda pertencia a uma peça de lego única e simplesmente me encantei com cada conjunto de palavras escrito por vocÊ. Com o tempo passei a te admirar cada dia mais e você não imagina como fiquei feliz por poder participar de certa forma dos seus dias e quando você se referiu a mim como amiga você não tem noção do tamamnho da minha emoção.
E por favor continue a escrever em prosa, verso, poema só não para nunca de escrever. Mesmo que muito não te entendam.
bjãooo

Amanda said...

Pouco importa se é prosa ou verso quando você diz aquilo que precisa dizer.

Eu sempre gostei do seu estilo.
:)

Laísa said...

Eu sempre qris escrever músicas. Mas cantar a dos outros é o máximo que consigo fazer.

Bem-vinda ao mundo das frustrações, amiga!

Lost Samurai said...

Nem preciso dizer o quanto gosto do seu estilo. Você escreve com sinceridade e isso é o que importa.
Beijos!

Mel Andrade said...


eu confesso que escrevia poemas
e eles eram horrendos
hj sou prosa
assim como vc é prosa
e sou feliz
(andando tranquilamente na favela onde eu nasci)
xD